quarta-feira, setembro 28, 2005

A responsabilidade de Koeman

Koeman não foi apenas o responsável pela derrota com o Manchester, por ter adormecido no Teatro dos Sonhos (como é que nenhum jornal se lembrou desta manchete?). Pior: é o responsável por uma diminuição radical da produtividade nacional, pelo menos hoje, dado que está toda a gente (em especial, e naturalmente, os homens) a discutir a inépcia do cenoura.
É bom que Sócrates siga com muita atenção a carreira do Benfica...

NG

terça-feira, setembro 27, 2005

No final do Man Utd-Bafica

Apenas duas perguntas:
Porque é que Gabriel Alves odeia Koeman?
Porque é que Koeman ama Beto?

NG

No intervalo do Man Utd-Bafica

O grande Gabriel Alves, agora não literalmente, porque o senhor fez uma dieta, começou o seu comentário preparando um futuro "Eu não disse". Passo a explicar: criticou a inclusão de Ricardo Rocha em detrimento de Anderson, mexendo numa "zona tão sensível como o centro de defesa". Estava o Gabriel preparado para ver um golito do Man Utd de cabeça, com o Rocha nas covas. Esquece o dignissimo comentador que a dupla Rocha/Luisão jogou um campeonato inteiro, enquanto que a dupla brasileira tem apenas meia dúzia de jogos de experiência. Outra perola do comentador que mais comentários tem na história do futebol lusitano: no golo dos bifes, criticou a barreira gloriosa, por não fazer "uma cobertura adequada da área". O que é que querias, Gabriel, uma barreira com 10 gajos?
Bom, a equipa está a assegurar uma boa circulação de bola, embora estejam a pecar na finalização, e falte quem temple o jogo. Mais lugares comuns, só no final do jogo.

NG

Agrediram a minha filha

A minha filha foi para a escola. Talvez a expressão escola seja forte de mais, porque ela tem apenas 16 meses, but you know what i mean. Após um mês relativamente tranquilo, tirando uma ou outra nódoa negra, motivadas por quedas não provocadas por outrém, a minha mulher recebe a seguinte informação: "A sua menina está muito bem e recomenda-se mas coitadinha hoje sofreu uma "agressão " de uma amiga mas não passa nada".
Agressão? Amiga? Ai o catano, quem é o raio da "amiga" que agrediu a minha filha? E quem são os gajos que deram à luz a petiza que ousou tocar na minha filha?

Sangue, quero sangue!

NG

O que é que se passa com a Esquerda?

Já passaram dois dias - dois! - e ainda não apareceu mais nenhum candidato presidencial de Esquerda! O que será do eleitorado de Esquerda que não se reconhece em Mário Soares, Manuel Alegre, Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã, Garcia Pereira e Carmelinda Pereira? Alguém me explica?

NG

Por falar em exigência(4)

Lembram-se disto?
"MICRO-CAUSAS:
PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A “BUSCA DE SOLUÇÕES” EM DETRIMENTO DA “ESPECULAÇÃO”?"Respeito muito os signatários, mas há sociedades que valorizam mais a especulação e a análise, enquanto outras valorizam mais a busca de soluções."(Manuel Pinho, Diário Económico, 28-07-07).", iniciativa lançada por JPP no Abrupto?
Pois o Ministério das Obras Públicas fez saber que "(...) adiou a apresentação do projecto do comboio de alta velocidade (TGV) (...) (que) estava para ser revelado ainda este mês mas (...) «motivos de agenda» levaram ao seu atraso. A nova data poderá ser fixada depois das eleições autárquicas, em meados de Outubro, mês para o qual está também prevista a divulgação do projecto do novo aeroporto internacional da Ota. "

"Motivos de agenda"? Será que as autárquicas têm alguma coisa a ver com isto? Não, não acredito. Será porque os estudos não existem? Nem pensar!
Ficamos então pacientemente à espera, que o Sr. Ministro encontre um pequeno furo na sua tão ocupada agenda.

NG

He´s back

Pedro Mexia, depois de dar o fora do Fora do Mundo, voltou no Estado Civil.

NG

segunda-feira, setembro 26, 2005

Herman Sick

Ontem decidi dar mais uma oportunidade ao Herman, e lá carreguei na tecla 3 do comando (será por acaso a tecla 3?). Bom... por azar lá estava o Fernando Rocha, que rodeava uma anedota que já conhecia das habituais asneiradas. Quando terminou, um casal que estava na plateia manifestou sonoramente o seu desagrado. Outro casal iniciou a defesa do Rocha, alegando que "Se não gostam, vão-se embora". Passado uns segundinhos, já estavam gajos a tirar os óculos e a preparar-se para encetar uma sessão de murros. Herman, com ar visivelmente atrapalhado, mandou o Rocha embora, e chamou pelo intervalo.
Não sei se foi encenação. Se foi, ainda é mais triste. O Herman está irremediavelmente sick.

NG

domingo, setembro 25, 2005

O Alegre está cotado na bolsa?

A ver pelas notícias, parece: está toda a gente a desvalorizar o Alegre. Bom, toda a gente não, toda a gente do PS, isso sim. E já sabe que esta malta da esquerda não se dá bem com assuntos de dinheiro. Nem de bolsa.

NG

sábado, setembro 24, 2005

Campanhas autárquicas

Hoje, o meu segundo sono - entre as 9 e as 10,30 - foi interrompido pelas caravanas das candidaturas socialista e isaltinista. Escapa-me o sentido destas acções de rua, a não ser que se deva escolher em quem votar pela potência das buzinas. Se assim fosse, votava Isaltino. Os sacanas dos seus apoiantes fazem um barulho insano.

NG

Há uns anos...

..., há uns bons anos, num balcão de um dos poucos bancos privados da altura, um empregado jovem, enfateado, solícito, acolheu um cliente de aspecto distinto, com idade por volta dos 40, voz tranquila e bem colocada. Ao pedido de saldo, o empregado recolheu pausadamente os dados necessários do cliente, que, de forma amigável, os indicou. O saldo do senhor era expressivo, mas mais expressivo ainda era o facto de a cifra ser antecedida de um curto tracinho, indicando que o distinto cliente, ou alguém por ele, tinham não só esgotado o dinheiro depositado, como já estavam a utilizar o do próprio banco; há quem lhe chame, simplesmente, descoberto. O funcionário, sem comentários para além dum "Aqui tem", entregou um documento com a tal verba, antecedida, recordemos, de um pequeno tracinho. O cliente, educadamente, mais uma vez, agradeceu e despediu-se, olhando para o documento enquanto se dirigia para a porta. Parou, voltou para trás, fez um sinal, discreto mas visível, ao funcionário que se aproximou. "Este é mesmo o meu saldo?", perguntou. Perante a confirmação do funcionário, o senhor largou um ressonante "Foda-se!", e saiu, da forma elegante e discreta como entrou.

NG

sexta-feira, setembro 23, 2005

Cu Adriaanse

quinta-feira, setembro 22, 2005

Aos felgueirenses

aqui apelei aos oeirenses para não votarem no Isaltino de Morais. Pensei fazer o mesmo relativamente a Felgueiras, e à Dotôra Fátima (tão boazinha, coitadinha, mas olha que que tá com umas belas cores, e até com um belo decote, a fuga fez-lhe bem).
Hoje, após ter visto na RTP-N o debate com todos os candidatos à autarquia de Felgueiras, o meu apelo aos felgueirenses é outro: Mudem de concelho! Fujam! Já! Depressa! A vossa vida e a dos vossos filhos depende disso!

NG

Jurisprudência política (1)

Quando Guterres decidiu demitir-se na sequência dos maus resultados do seu partido nas eleições autárquicas, institucionalizou um único alvo de escrutínio eleitoral: o governo. Independentemente da natureza das eleições (parlamento europeu, autárquicas...), a votação servirá para demonstrar o grau de satisfação dos eleitores com a actuação do governo.
Depois de Guterres, Sócrates reclamou um "cartão amarelo" ao governo de Durão Barroso nas eleições europeias (como recordam no Blasfémias), e este enfiou a carapuça, após os maus resultados do PSD. E com a contra-campanha que fez (salvo erro com qualquer coisa como "Quem pede amarelos, pôs o país no vermelho"), só tinha mesmo que a enfiar.
Este desvirtuamento total do real objectivo das eleições, só pode ser revertido pelos partidos. E, neste momento, pelos partidos da oposição. Espero, por isso, que o único sitio onde Marques Mendes profira a frase "mostrar um cartão amarelo", seja no Estádio da Luz.

NG

Duas palavras que me vêm à cabeça quando vejo Fátima Felgueiras

Lata e laca.

NG

quarta-feira, setembro 21, 2005

Então, por aqui?

"Então, por aqui?", disse-me o gajo, como se me conhecesse, ou melhor, ele conhece-me, eu é que não o conheço, só que eu não sou quem ele pensa, ou melhor, ele pensa que eu sou outro. Um pormenor. Mas ele cumprimentou-me com alegria, não foi um "Então, por aqui?" coloquial, foi mais um "Entãooooo, por aquiii?". E só não levei uma palmada nas costas, porque estava a uns bons dois metros do gajo.
Respondi "Eu estou sempre aqui", tentando dar-lhe a perceber que eu não sou o gajo que ele conhece, mas sim outro gajo, que ele até poderia conhecer, dado que trabalhamos no mesmo edificio, mas que, de facto, ele não conhece.
Passado 15 dias, "Então, por aqui?", com a mesma alegria e surpresa por eu estar ali. E eu, estupidamente, senti-me mal com a ideia de lhe dizer que eu não sou, nem nunca serei, o gajo que lhe causa tanta alegria em ver, e tanta surpresa por estar naquele edificio. E desta vez, limitei-me a adiantar um "É verdade!", esquecia a distância de segurança, e lá levei uma palmada nas costas, ou melhor, um palmadão, e o gajo entrou no elevador com um sorriso radiante.
É estranho, mas senti-me tipo escuteiro, que ajuda uma idosa a atravessar a rua: foi a minha boa acção do dia.

NG

Canções Perfeitas (9)

"Bairro do Amor" do Jorge Palma, mas versão voz+piano only, incluída no álbum Só (quem não tiver este álbum, não merece o ar que respira).
"Eh pá deixa-me abrir contigo, desabafar contigo, falar-te da minha solidão". Quem nunca passou por isto, que atire o primeiro comment.

NG

Um dia...(2)

...vou rever o Crash do Cronenberg.

NG

Será que ainda não falou com a família?

terça-feira, setembro 20, 2005

Sobre Mário Soares

Estou em crise

Estou em crise. Mas de gota. Não é sinal da idade, mas sim dos genes: avós, avôs, bisavós e bisavôs, todos tinham o sangue carregadinho de um tal de ácido úrico, que gentilmente me passaram.
Passa-se um dia deitado no sofá, de perna no ar, com umas dores muito incomodativas, mas suportáveis. Há coisas bem piores.

NG

segunda-feira, setembro 19, 2005

Crise? Qual crise?

Observando as promessas eleitorais de candidatos por todo o país, cheguei à conclusão que a crise orçamental afecta apenas a Administração Pública Central: ele é jardins, transportes públicos gratuitos, reabilitação urbana, residências para idosos, metros de superfície, estádios, teatros, bibliotecas... e isto em praticamente todos os concelhos do país.
A chave para a inversão do défice orçamental do país passa, assim, por pedir dinheiro às autarquias. Pelos vistos, os gestores autárquicos conseguem o milagre da obtenção infinita de recursos financeiros.

NG

Mas, pensando melhor...

...que se foda. Ou melhor, que se fodam. Essa merda de um gajo ser eticamente exigente é importante, sim, mas não tem que nos moer demasiado a cabeça, muito menos tirar-nos o sono. Portanto, vou-me repetir: que se foda. Ou melhor, que se fodam.

NG

Carácter

Vamo-nos apercebendo do carácter das pessoas através do que dizem. Transmitem-nos ideias, pensamentos, estados de alma até, que nos permitem ajuizar a sua personalidade, inteligência e, acima de tudo, o seu padrão ético e moral. Ajuizando toda essa amálgama de informação, determinamos o carácter de alguém.
Mas por muito que se diga, e se ouça, é nos actos que se revela um carácter. Mesmo aqueles que analisam com cuidado tudo o que os outros dizem, com distância cautelosa, tentando concentrar tudo numa análise racional, se enganam. Eu sou um desses.
Falhas de carácter, que acontecem quando as palavras não correspondem aos actos, e esse actos são graves, chocam. Chocam-me. E é das poucas coisas que não me deixa dormir.

NG

sábado, setembro 17, 2005

Um dia...

...vou acabar de ler "A montanha mágica".

NG

sexta-feira, setembro 16, 2005

O ovo continua a não estar no cu da galinha

No referendo sobre a despenalização do aborto de 98, a tripla PS/PCP/BE, entendia a vitória do "Sim" como óbvia. No entanto, o "Não" vingou. E, para além dos Distritos onde ainda se vê a força do PC (Beja, Portalegre e Setúbal), o "Sim" só sobressaiu em Lisboa e Faro. Para cima de Coimbra e nas Ilhas, o "Não" esmagou.
A tripla quer reeditar o referendo, entalando-o entre as autárquicas e as presidencias. Não haverá informação, e o debate será liderado pelas posições extremadas, de quem, por um lado, acha que o aborto é um crime, e de quem, por outro lado, acha que o aborto é um direito da mulher. Como quem decide tudo o que se vota é o centro, que mais uma vez deverá virar as costas a mais um referendo (em 98 a abstenção atingiu os 68%), quem vai votar são os militantes dos extremos. E aí a Igreja ganha à tripla, porque domina o norte. Isso não mudou desde 98.
A tripla continua a contar com o ovo no cu da galinha. E mais uma vez, com este referendo marcado à pressa, como se fosse um jantar, vai fazer com que o problema não se resolva. Mas enfim, continuam com uma linha forte para os seus programas eleitorais, para a próxima legislatura.

NG

"Grande ordinário"

Se quiserem ver, e ouvir, a cena final do debate Carmona-Carrilho, vão à Grande Loja do Queijo Limiano.

NG

quinta-feira, setembro 15, 2005

Autárquicas de Lisboa - análise assumidamente superficial e não sustentada das campanhas (final)

Carmona apostou na estratégia santana-lopes?-quem?-não-faço-ideia-quem-é-o-gajo. Começou por não renovar a aliança com o CDS (o que, tendo em conta a candidata escolhida, lhe vai custar votos preciosos), por dizer "nunca, obrigado" à participação do Santana na campanha, e por eliminar o PSD de todos os meios de promoção Não divulga propostas, que aparentemente não tem, nem fala na sua obra, porque maioritariamente não existe ou deu bronca. Limita-se a apresentar a sua cara. E a sua cara é a de um tipo normal. É cara de quem poderia ser almeida, peixeiro, talhante, engraxador, barbeiro, taxista... e por isso, e só por isso, desperta simpatia.
Contra um candidato que tem ar de quem teria horror de ser alguma dessas coisas, que desperta antipatia generalizada por quase todas as razões, a mera simpatia que Carmona desperta, poderá dar-lhe a vitória.

Se votasse em Lisboa, votava em quem? Maria José Nogueira Pinto. Tem real experiência de gestão, abordou a questão de Lisboa pela base - "o arrumar das contas" - e não aproveitaria o cargo para desfilar.

Em quem é que os lisboetas devem votar? Carmona, porque é o único capaz de derrotar Carrilho. Eu, como utilizador diário da CRIL e do Eixo Norte-Sul, ficaria muito agradecido.

NG

Não se lembram do que é uma peixeirada?

Vejam o debate entre Carmona e Carrilho na SIC Notícias.

NG

E porque não a segunda-circular, a A1, a A5 e as Pontes 25 de Abril e Vasco da Gama?

quarta-feira, setembro 14, 2005

O mistério do Ministério da Agricultura (II)

A propósito do post anterior, a Catarina, do 100nada, indicou-me um post do jaquinzinhos, já do ano passado, que adiantava muita informação sobre este Ministério. O mistério torna-se maior.

NG

p.s. Catarina, obrigado pela dica.

O mistério do Ministério da Agricultura

O MADRP (Ministério da agricultura e Desenvolvimento Rural e Pescas) conta com 691 Dirigentes e Gestores Públicos, mais dos que, por exemplo, nos Ministérios da Educação, Justiça e Saúde. É o Ministério com maior número de Direcções-Gerais ou equiparadas (18).
O MADRP conta com 13.248 funcionários, sendo os serviços regionais os que têm maior número de funcionários, 6.497 no total, distribuídos por 7 Direcções Regionais, 4 delas com mais de 1.000 funcionários cada.
Em 2002, o salário médio foi de 1.000 euros e os encargos totais com o pessoal ascenderam a 220 milhões de euros.

Portugal tem cerca de 87.000 empresas e empresários ligados à agricultura e pescas. Temos, assim, um funcionário do MADRP por cada 7 empresas/empresários, o que representa um encargo anual, só em termos de custos com pessoal, de 119.000 euros por empresa/empresário.

Há aqui alguma coisa que não faz sentido, ou sou eu que não estou a ver bem?

NG

(actualizado)

segunda-feira, setembro 12, 2005

Autárquicas de Lisboa - análise assumidamente superficial e não sustentada das campanhas (II)

A candidatura de Carrilho tem um grande handicap: o próprio do Carrilho. É o tipo de pessoa em que se vota contra com grande entusiasmo e espírito de missão. É o tipo de candidatura que nos faz votar em qualquer outra. Até numa candidatura de Ana Drago (bom, se calhar estou a exagerar...). O que fez Carrilho para nos fazer esquecer da sua irritante pessoa? Primeiro, inundou-nos de outdoors anunciando estar a preparar um projecto para Lisboa. E tanto anunciou, que a malta já pensava numa Lisboa com a luz de Paris, o andamento cultural de Londres, o romantismo de Veneza,o dinamismo empresarial de Hong-Kong e a segurança de Nova Iorque. Mas afinal, e era de suspeitar, porque Carrilho anunciava o seu plano tendo como pano de fundo Almada, o grande projecto era mais do que corriqueiro: parqueamentos, jardins, blá-blá-blá, idosos, blá-blá-blá-blá. E depois veio a tentativa completamente desastrada da entrada da Bárbara na campanha, para tornar a candidatura menos irritante, cujas críticas mereceram de Carrilho as habituais reacções histéricas. Para finalizar, e piorando ainda mais o cenário, os criativos responsáveis pelos outdoors do Carrilho andam a dar demasiado na coca: o gajo do Photoshop diverte-se a fazer do homem uma cópia do Ken, tal o ar plástico que apresenta. E o pior de tudo é que o homem está sempre a sorrir. E é um sorriso tão forçado e irritante, que me parece que todo o Lisboeta já definiu o seu sentido de voto. Ou melhor, de não voto: não votar em Carrilho. E há quem procure dar a volta à questão: há tempos li que um militante do PS não ia votar no Carrilho. Ia votar... no PS. Só mesmo assim é que Carrilho poderá lá chegar.

NG

Autárquicas de Lisboa - análise assumidamente superficial e não sustentada das campanhas (I)

Começando pela CDU, que é a mais rápida de tratar: a candidatura não existe, o Sr. Rubens (acho que é Rubens) também não existe. A CDU sabe que tem garantida a votação dos seus militantes mais fiéis – o que já não envergonha e fará falta ao PS – sabe também que não conseguirão convencer mais ninguém, e, assim, assumem a posição inteligente de poupar dinheiro, para investir mais na festa do Avante!.
A candidatura de Sá Fernandes poderia ser bastante interessante. Trata-se de um homem conhecido de muitos lisboetas, pelo seu empenho destemido e militante contra algumas obras ou projectos levados a cabo por diversos executivos camarários. Cometeu dois erros crassos: deixou-se tornar o candidato do Bloco, quando deveria ser um candidato verdadeiramente independente que, por acaso, tem o apoio do Bloco, o que desde logo afasta grande parte do eleitorado do centro; e apresenta uma campanha, a que, em Marketing, se chama “armada ao pingarelho”. “Lisboa é gente” parece o refrão de uma música do Tordo, com letra do Ary. Mas o pior é a última: “ E se um presidente da câmara gostasse de Lisboa?”. É claramente uma ideia bloquista, uma piadola sem graça, que o “apalhaça” e que, provavelmente, o vai empurrar, em termos de votos, para o fundo da tabela.
A Zézinha seria o complemento ideal para Carmona, mas este não quis (e provavelmente vai pagar por isso). É uma mulher competente, mas cujo ar de Tia, que fizeram questão de reforçar nos outdoors (aqueles óculos na mão, para quê?), só lhe vai permitir ganhar votos na Lapa e derivados. Pena é, que a máquina do CDS não consiga empurrar entrevistas como a que Maria José Nogueira Pinto deu à Elle, para jornais de grande divulgação. Nessa entrevista, ela desmistifica a fama (e o ar que sem dúvida tem) de Tia, o que lhe poderia dar mais uns votitos. Assim, resta-lhe apenas competir com o Rubens e o Fernandes.

NG

11 de Setembro

Ontem chorei outra vez. Outra vez porque ainda não consegui arranjar razão/explicação para o dia 11 de Setembro de 2001. Por cada imagem que passa cai uma lágrima e definitavamente não as consigo conter. Nem tento. Fico sem perceber os motivos porque não há motivos que possam justificar que pessoas se lancem em desespero numa quedra livre com morte certa. Lembro-me da reportagem mais completa e mais in loco e lembro-me bem do som dos corpos a bater no chão e nos toldos de vidro e ferro que davam cobetrura às entradas do WTC. Esse som nunca hei-de esquecer. Assim como tudo o resto.
Ontem chorei outra vez e sei que daqui a um ano vou voltar a chorar.

Koeman: um treinador capaz de nos surpreender

Durante a pré-época, Koeman ensaiou o 4-1-2-3 e o 4-2-1-3. Frente ao Gil Vicente, avançou com o 3-4-3, que manteve na primeira parte contra os lagartos. Na segunda parte, começou com o 4-4-2 e acabou (com menos um) com o 3-3-3. Foi com o 3-3-3 que o Benfica jogou melhor, mas acho nem o Koeman, que já mostrou ser capaz de nos surpreender, começará um jogo a jogar só com dez.
Boas notícias para nós, benfiquistas: já só falta a Koeman experimentar o 2-4-4, o 2-3-5, o 4-2-4, o 5-3-2 e o 5-4-1.
Depois, a equipa estabiliza e começamos a ganhar.

NG

p.s. começo a achar que o Koeman tirou o curso de treinador a jogar Championship Manager.

Génios

Os génios não são aqueles que fazem algo melhor do que os outros: são aqueles que, para além de fazerem melhor do que os outros, o fazem de uma forma única.
Relativamente aos desportos de que eu gosto, sou contemporâneo de 3 génios: Diego Maradona, Michael Jordan e Roger Federer. Mesmo quem não goste de ténis, que faça um esforço para ver o único génio do desporto em actividade.

NG

sexta-feira, setembro 09, 2005

What Kind of Tuga Are You? 2


Tenha vergonha! Voce e o tipico intelectual de esquerda. Homossexual frustrado, um fossil ambulante, burgues urbano, orgulhoso da sua biblioteca de classicos e de musicas de cantores anglofonos e pacifistas, consumidor da boa droga produzida a custa do trabalho infantil que tanto condena e um traidor de pior especie de venderia o seu pais a Lenine em troca da sua utopia vermelha.

e até enumerei o estádio da luz como monumento preferido.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Saudosismo

Porque é que os Fernando Antónios já não são Fanãs? Os Franciscos Chicos? Os Josés Zézés? As Alexandras Xanas? Os Carlos Manuéis Camanés? Os Eduardos Ditos? Os Augustos Titos? As Cristinas Tininhas? Os Antónios Tonis? As Manuelas Nelas? As Georginas Ginas?

Porquê?

NG

What Kind of Tuga Are You?

"Parabens! Voce e um Tuga puro. Macho, patriota, amigo da bebida, conhecedor da arte do desenrascanco, treinador de bancada, apreciador da comida farta e calorica e da musica pimba."

É tudo verdade, excepto duas coisas. Quem quiser saber, que adivinhe.

NG

p.s. descoberto via Blogue de Esquerda

Como criar impacto numa reunião

Não diga "temos poucas mulheres como Clientes". Diga "temos fraca penetração nas mulheres".

Impacto comprovado (in loco) e garantido.

NG

Paragem de Autocarro


Quando se tem 18 anos, a paragem de autocarro é um “poiso” único.
Na paragem de autocarro congemina-se, comenta-se, conversa-se, fuma-se às escondidas com ar de duro, fala-se alto para toda a gente ouvir ou baixo para ninguém saber, anda-se à porrada, procura-se refúgio, ouvem-se as conversas alheias, vêm-se as miúdas e namora-se. E o namorar de paragem de autocarro é absolutamente único. Encostados ao vidro, sentados, ao colo, os jovens aprendizes de apaixonados amam-se sem pruridos nem tabus. Os beijos são longos, molhados e as mãos frenéticas revolvem os corpos sem que os olhos alheios os perturbem. Não há ruído, não há pessoas, não há mais nada a não ser um rapaz e uma rapariga que naquele momento dão tudo naquele beijo. Ontem, quando ia buscar a minha filha, passei numa paragem de autocarro e vi isto tudo. E enquanto comentava com a minha mulher o quanto achava graça a este comportamento despreocupado, vi que era eu que ali estava há mais de 15 anos. Talvez não naquela paragem, mas noutra qualquer muito próxima.
Hoje, a paragem de autocarro é outra, a miúda é uma mulher e o beijo é muito melhor.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Sampaio e a falta de respeito pelos trabalhadores do sector privado

Sampaio, numa inauguração de um jardim infantil, e provavelmente afectado pelo ambiente, decidiu avançar com uma homilia à santidade da actuação dos funcionários públicos, e aos enormes sacrifícios a que estão sujeitos.
«Sem o espírito devotado do conjunto dos funcionários públicos seria, por certo, impossível que o Estado pudesse cumprir as suas obrigações. ", referiu, omitindo o facto absolutamente flagrante de o estado não cumprir as suas obrigações. Certo é que a culpa não é só dos funcionários públicos, mas também é dos funcionários públicos. Mas o pior ainda estava para vir: "A situação financeira do Estado exige que aos funcionários públicos, mais ainda do que ao comum dos cidadãos, sejam pedidos sacrifícios tanto mais dolorosos quanto são inesperados(...)". Mais ainda do que ao comum dos cidadãos? Onde? Em quê? Quando? Quanto?
Para terminar, um motivo de contentamento para aqueles que trabalham no sector privado: «Teremos de promover essas reformas sem sacrificar o mínimo social, mesmo para aqueles grupos que não beneficiam da protecção de poderosos lobbies organizados», salientou.
Fantástico: nós, os do sector privado, beneficiamos da protecção de poderosos lobbies organizados. Confesso que não sabia. Terá sido por acção de um poderoso lobby que não temos emprego garantido para a vida, não temos horários 9to5, não temos reformas antes dos 65 anos, e coisas que tais?

Estas afirmações de Sampaio, só não são chocantes porque não são inesperadas. Infelizmente.

NG

terça-feira, setembro 06, 2005

Tás a gozar!?

Nas férias, saí à noite. Eu e dois velhos amigos. Men only, como no tempo em que a minha idade em inglês ainda acabava em een.

Quando informei algumas pessoas deste facto, a reacção foi a mesma do que se dissesse "Nas férias, fui ao Iraque".

Yup, sou definitivamente, assumidamente e reconhecidamente, pai de uma criança de 15 meses.

NG

Fora do Mundo

O Fora do Mundo acabou. Espero que Pedro Mexia, o bloguista mais activo do defunto, volte depressa à blogosfera. A sua disposição maniaco-depressiva, própria de quem aparenta dormir com livros enquanto sonha com mulheres, ajuda-me a manter o optimismo. Para além disso, o formato médio (crónica), não dispensa o formato curto (post).

Em jeito de homenagem, aqui vão alguns dos escritos do PM no Fora do Mundo:

"«Conheci uma pessoa». Eis uma expressão que nalguns casos implica dois evidentes exageros. "

"(...) uma ou outra vez disse em público: «sabem, eu mudei de ideias sobre a homossexualidade». Mas percebi, pela cara das pessoas, que a formulação não era a mais feliz."

E para terminar:

"EU NÃO POSSO DIZER O MESMO: «Já dormi com bastantas mulheres. E nenhuma se queixou» (Angelina Jolie)."

NG

meio por meio

O tempo cinzento propicia comportamentos obscuros. Abas da gabardina levantadas, sol timidamente luminoso, nuvens carregadas e um brilho no asfalto que pede travagens bruscas em estradas demasiado iluminadas. Por muita luz que tenham, os restaurantes são sempre mais sombrios, os sorrisos mais escassos e os olhos vibrantes mais e mais sumidos. Por estes dias, congeminam-se saídas e entradas de empresas, ocupação de lugares de topo e influência, negócios feitos à média luz, com meio tom de voz a meio de um caminho qualquer. Por estes dias, nada é completo: é tudo meio. Meia luz, meio tom de voz, meio caminho.
Respira-se uma teoria da conspiração latente. Sai-se a meio – lá está – de uma reunião. Desaparece-se a meio - ! – da manhã e sai-se a meio da tarde. O fim de semana goza-se a meio por causa das idas e das vindas. A informação passa-se pela metade para não dar tudo. E com o tempo cinzento vem a chuva. Que já fazia falta, é verdade, mas que apaga esta luz do Verão e das noites que não acabam. Apagam-se as luzes da honestidade e acendem-se os médios da conspiração. Os médios.

Sarcasmo pela manhã

Consulte um diário disponível na internet. Passe os olhos pelas "gordas" e escolha o título que seja mais dado a duplas interpretações. Caso alguma das notícias fale em medidas do governo, dar uma atenção mais redobrada é sempre bom - pode sempre haver qualquer coisa que dê. Misture massa cinzenta, distorça a gosto e deposite no seu blog de eleição.
Leve rapidamente ao estado de on-line e deixe que os seus visitantes provem e comentem.

Portugal cede 2% das Reservas Estratégicas

mas também, o que é que são 2 barris de petróleo ? nada. nem se dá conta lá no armazém.

Brilhante

"Governo vai alargar época de incêndios a todo o ano" in Diário Digital.

Como é que nunca ninguém se lembrou disto? Se os incêndios ocorrerem no Inverno, a chuva apaga-os e já não precisamos de meios aéreos, poupando-se milhões de euros.
E na época tradicional de incêndios - a partir de 1 de Julho - vai ser uma festa: o Governo designou-a como a fase Bravo! Agora vamos ver as populações a assistir à queima das suas casas, enquanto batem palmas, assobiam e gritam "Bravos", dispensando os foguetórios usuais das festanças de verão.

Brilhante.

NG

domingo, setembro 04, 2005

Instinto Assassino

Nada desperta mais o meu instinto assassino do que comprar insecticidas. Posso escolher entre "O que mata mais rápido" e "O que as mata bem mortas". Ah, ah, ah, ah! Sinto-me um homicida psicopata à solta no Carrefour!

Acalmei um bocado e acabei por escolher o da "Barreira Invisível". É mais hi-tec e, aparentemente, menos sangrento.

NG

Estarei mais atraente?

Nestas férias, as mulheres, para além da minha, não me largaram: piscar de olhos, sorrisos, tentativas de toques, "bocas" (embora muito estranhas, deviam ser em estrangeiro), enfim, um assédio que nunca tive, nem na minha fase Mark Vanderloo (entre finais dos anos 80 e principios dos 90).

Este assédio ainda é mais estranho porque a minha forma física coloca-me a pouco mais de 10 quilos de ter o perfil para apresentador do Preço Certo em Euros e acontecia apenas quando tinha a minha filha ao colo.

Estarei mais atraente? Vou escrever para a Maria.

NG

Custa como o caraças

Três semanas de descanso, de praia, de sestas, de 24 horas/dia com a minha mulher e a minha filha. Três semanas onde até deu para ir ao cinema - um luxo numa vida com filhos - e sair à noite com os meus amigos de infância. Três semanas de comezainas e até de umas carreirinhas, porque o mar, muito gentilmente, este ano presenteou-me com uns dias com umas ondas.

Acabaram as férias de verão. Amanhã vou-me reencontrar com o meu email - ainda mais encarnado do que é costume - com o despertador, com o trânsito, com o fato e a maldita gravata, com os programas matinais de rádio, com as reuniões, com os pontos de situação, com as conversas de futebol, com as tricas sobre a empresa, com os cafés, com os regressos a casa.

Há (muitas) vidas (muito) piores, eu sei. Mas custa voltar a trabalhar. Custa como o caraças.

NG

sexta-feira, setembro 02, 2005

Reclamação

No fim das minhas férias de Junho/Julho passei um fim de semana em Beja em instituição hoteleira à qual não farei (ainda) publicidade por motivos que adiante perceberão.
Nesse fim de semana, a piscina estava tristemente suja, o serviço de buffet e bar ridiculamente lento e a temperatura infernalmente quente - e Beja em Julho pode ser mesmo quente...
Mas foi tudo tão mau que de memorável só o salutar “cumbibio”. Por isso reclamámos – não pelo “cumbibio” mas por tudo o resto (menos a temperatura que disso ninguém tem culpa).
Vai daí, os Srs. do hotel resolveram pedir desculpas oferecendo à pandilha toda – e ainda somos uns 20 e muitos mais uma catrefada de filhos – novo fim de semana completamente à borla.
Estou então de saída para Beja, para novo fim de semana.
Se a coisa for diferente digo onde foi; se for mais do mesmo, reclamo outra vez e digo onde foi. Como dizem os gurus do marketing, a mensagem através do “word of mouth” é muito mais eficaz; ou “um mau prescritor é sempre pior”.
A ver vamos... como diz o ceguinho.
Ah é verdade: ao [ai-dia] escusam de apresentar reclamações. É que para além da massa cinzenta e do que nos vai na alma, nenhum de nós tem o que quer que seja para oferecer.
Até segunda e bom fim de semana.