segunda-feira, maio 29, 2006

Top Gut

E lá fui eu, pelos ares de Évora, numa espécie de prancha de surf com asas.
Muito bom, embora o meu estomago me traia sempre. Tenho alma de pássaro mas estomago de pedestre. Não há nada a fazer.

NG

Rui Costa e os "profissionais"

"Somos (sou) profissionais (profissional)" é talvez a frase do futebolês que mais me irrita. Ser profissional é o mínimo dos mínimos em qualquer profissão. E o mínimo dos mínimos no futebol não chega. Mas o pior desta frase é servir de justificação para actos puramente mercenários. Como o FDP quando foi com o Pacheco para o Sporting. Ou como o Figo quando se rendeu às pesetas. Foram ambos "profissionais". É também por isso que anseio pela saída do Simão da Luz. "Simão, o plantel está motivado?". "Nós somos profissionais", diz o gajo com aquela voz nasalada enquanto esfrega o novo penteado com a tatuagem da mariana.

Rui Costa não é um "profissional". É um gajo que adora jogar à bola e que se entrega aos clubes onde joga. É por causa de gajos destes que merece a pena gostar de futebol. Os "profissionais" que se f....... .

NG

Miúdas

Uma senhora visitou uma amiga, no lar onde esta vivia. A meio da conversa, outra senhora, residente no lar, e visivelmente mais velha, perguntou-lhe a idade. "77 anos", respondeu. "Ai, o que eu fazia com 77 anos!", retorquiu a mais velha.

NG

domingo, maio 28, 2006

O fim da privacidade

A vida dos antigos ou era recordada por vivos ou era simplesmente esquecida. A nossa engrossa uma enorme base de dados, que regista as nossas chamadas, os nossos emails e sms, os nossos pagamentos, as nossas passagens pela via verde, o nosso DNA, etc, etc, etc. A privacidade é hoje uma excentricidade, numa sociedade em que todos querem ser (re)conhecidos. Os milhares de pretendentes a qualquer aberração televisiva que permita uns minutos de fama provam-no. Os próprios blogues também.
O que realmente me preocupa é existirem hoje condições efectivas para que o pesadelo retratado por Orwell seja facilmente posto em prática. É que o comunismo ainda anda por aí.
NG

quarta-feira, maio 24, 2006

Vamos às meias-finais, ah pois vamos

No nosso grupo: se ganharmos a Angola, ficamos em primeiro. Nos oitavos, o que, teoricamente, podia ser o jogo mais dificil, não vai ser: vamos apanhar a Costa do Marfim (Argentina e Holanda não passam da fase de grupos - se tivesse mais tempo explicava porquê). E ganhamos, dado que os Marfinenses, nesta altura, estão todos eufóricos e tal, e dá para jogarmos como mais gostamos, em contra-ataque. Nos quartos, uma reedição com a Inglaterra. Para não variar, até porque a Inglaterra sem Rooney é pouco mais perigosa do que a Escócia, ganhamos. E lá estamos nós nas meias-finais. Levamos com a Itália, que elimina o Brasil nos oitavos (ai está o grande choque deste Mundial). Com a Itália, peço imensa desculpa mas não consigo fazer previsões.
Do "outro lado", a presença na final vai ser disputada pela Alemanha e a França (o Henry vai ser o melhor jogador do Mundial).

Lembrem-se que as minhas previsões batem sempre certo, excepto em inúmeras ocasiões.

NG

terça-feira, maio 23, 2006

Música

Tinha eu 15 anos, mais ano menos ano, e entendi que tinha que decidir o meu futuro. Troquei o presente, e aquilo que poderia ter sido um belo período de irresponsabilidade, pelo futuro, com toda a sua incerteza e complexidade. Embalado pelo "The Wall" dos Pink Floyd, ou melhor, do Roger Waters, cedo me meti num beco sem saída. "Comfortably Numb", assim estava eu, e parecia-me ter apenas a força suficiente para balbuciar a letra dessa canção que ainda hoje sei de cor. Meses mais tarde, lá troquei de álbum, embora mantendo a banda. Na altura, e tenho saudades disso, ouvia música deitado no chão do meu quarto escuro, com auscultadores. Todos os sons, incluíndo os das palavras, pareciam entrar directamente no meu cerebro. E assim ouvi o Dark Side of the Moon. "Breathe" manteve o meu desânimo. "Time" abriu-me os olhos: "And then one day you find, ten years have got behind you, no one told you when to run, you missed the starting gun". And that was it. Nunca mais esperei que me dissessem para correr. Forcei-me a lutar pelas coisas, na vida familiar e na vida profissional. Tornei-me optimista, irritantemente optimista no caso do futebol, eu sei.
Mudei. Um conjunto de sons embutido num bocado de vinil mudou a minha vida.

Moral da história: se gostasse dos Modern Talking estava bem lixado. Ou não.

NG

domingo, maio 21, 2006

Quem?

Estava eu a fazer tempo até a banheira estar semi-cheia para o banho da minha filha, quando li que às 20 o Vieira iria apresentar o novo treinador. As malditas imagens televisivas mataram o suspense imediatamente quando vi o gajo sentado. Quem?, pensei eu. E o Vieira falou, falou, falou. Quem?, continuei eu a pensar. E depois o próprio gajo começou a falar. Quem?, pensava ainda eu, mas já com o desespero da inevitabilidade da verdade. Quem?, penso eu agora.
O Fernando Santos? O gajo que tem aquela cara de quem está sempre à rasca para cagar?
Mas depois lembrei-me das últimas noites em que acordei aos gritos e com suores frios, tudo provocado pela simples ideia do Queiroz vir para o Benfica. E fiquei mais satisfeitinho.

NG

sexta-feira, maio 19, 2006

Um desmentido

Quero um desmentido já. Prefiro o Chalana ou o Tóni. Prefiro até o velhinho Mário Wilson - talvez não...
Agora o homem dos Donuts é que não.

terça-feira, maio 16, 2006

Ide comer, ide

Gambitas, caracóis, ameijoas, perceves, pregos e cremes de marisco, tudo regado com finos.
Where? Where else? No Eduardinho, caraças. Há 41 anos ao nosso dispor. Nunca desilude. Ide lá, ide.

NG

Superliga 2005/2006?

Sem história, sem história. Nem uma notazita de rodapé vai merecer.

NG

Porque é que Scolari não convocou o Eusébio?

Nunca joga no seu clube, é religioso, está em má forma fisica e tem muitas internacionalizações. Porque não o Eusébio, Scolari? Ai essa falta de coerência.

NG

E vão dois

Passei anos a adorar o riso das crianças dos outros (como canta o Reininho). Não tinha vida para ser pai, acho que cheguei a dizer. Mas era mentira. A verdade é que não estava emocionalmente preparado para isso. Até que um dia, após ter realizado o sonho de construir uma casa, imaginei corpos pequenos a correr pelo longo corredor. E desejei, pela primeira vez, adorar o riso das minhas crianças.
Dois anos depois de ter nascido, a vida sem ela já não faz sentido. Aquela meia leca mudou-me para sempre, sem aviso e sem permissão. E ainda bem, catano.

NG

domingo, maio 14, 2006

Chefe Jones

Diz Michael Douglas que a sua mulher “não sabe nem ferver água“. Sim, e...?
Se um homem que tem Catherine Zeta-Jones em casa está preocupado com o facto de ela não saber ferver água se calhar era preferível ter casado com o Chefe Silva.
Raios parta que não percebo esta gente.

sábado, maio 13, 2006

Será que é desta?

Sábado, 13/05/2006
Rui Costa pode ir para o Benfica
Insatisfeito no Milan, meia português pode voltar ao clube que o projetou.

sexta-feira, maio 12, 2006

Só para utilizadores do Outlook

Razão pela qual não tenho aparecido: inbox a encarnado, agenda a preto, poucas tarefas riscadas.
Quando tiver mais um tempito, apareço.

NG

segunda-feira, maio 08, 2006

Lista de dispensas do Benfica

Moreto (porque é um frangueiro), Quim (porque é um frangueiro e tem sempre uma expressão de quem está com diarreia), Beto (porque não é um jogador de futebol), Geovanni (porque as curas de sono se fazem em clínicas, não em campos de futebol), Marco Ferreira (porque me faz chorar e para isso já me bastou o Marco da mãezinha que foi para longe), Nuno Assis (porque para jogar sempre em direcção à nossa baliza já temos 11 gajos do outro lado), Karyaka (porque Lisboa não o merece), Simão (porque não aguento mais a sua vozinha coninhas), Manduca (ver Beto) e Robert (ver Geovanni).
10 gajos, portanto.
Precisamos de: 1 guarda-redes (o Valente do Nacional chegava), 2 centrais (o puto que foi emprestado ao Paços e outro se o Luisão sair), 1 lateral esquerdo (o Jorge Luiz, ex-Braga), 2 médios defensivos (1 deles mesmo bom), 3 médios-ala (para além do Manu) e do Rui Costa (para eu, finalmente, comprar um camisola oficial do SLB).

Tás a ler isto, Veiga? E exerce as opções de compra do Micoli e do Maciel, faxavor. Depois não digas que não avisei.
Ah, e pelo amor de Deus, Buda, e outro que não se pode dizer o nome se não ainda me matam: Scolari, não, não, não e não.

NG

Jesualdo no Benfica?

Jesualdo no Benfica? A minha opinião em duas palavras: para quê?

NG

Scolari no Benfica?

Scolari no Benfica? A minha opinião em 44 palavras:
não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não,
não, não, não, não!

NG

sexta-feira, maio 05, 2006

A propósito

A propósito do 80 à hora, lembrei-me de ir buscar uma "coisinha" ao baú.

Os anos 80 a 80 à hora eram assim. O mundo parecia girar sempre na direcção errada e toda a gente com mais de 28 anos era terrivelmente responsável e estúpida. O Herman vibrava na TV e o que havia de mais sensual em horário diurno eram as locutoras de continuidade. A actriz mais sexy era a Helena Isabel que me deixava louco e as coelhinhas do Tony Silva duravam horas na minha cabeça. O Dallas fazia-nos agarrar à Caixinha Mágica horas a fio e esperar que o JR fosse, quem sabe naquele episódio, vencido pelo Bobby, o bonzinho. A Sue Ellen agarrava bebedeiras de meia noite enquanto a prima loura mostrava as mamas em horário nobre. A Super Mulher aparecia aos sábados bem como o Buck Rogers e o seu fiel amigo, biri biri biri. Já aos Domingo, Luis Pereira de Sousa e/ou Julio Isidro alternavam na animação - e que animação.
No panorama nacional, tínhamos terroristas à solta e assaltos a bancos de vez em quando, o que nos fazia sentir, a nós, malta jovem, um certo cosmopolitismo latente a despontar. Já não era idade para as matinés do Loucuras mas nem sempre era fácil entrar à noite noutros locais tipo Bananas, BBA, News ou até mesmo Coconuts. Os bares da moda para quem morava na Linha eram todos onde se pudesse apanhar uma “carroça” sem gastar muito, onde houvesse miúdas giras e música porreira. Nessa altura, acho que todos os bares eram assim.
A escola era apenas uma passagem e os objectivos de vida tinham uma duração de 24 horas. O dia seguinte era apenas isso a importância que ganhava ou não dependia do que se tinha para fazer. Na escola era bom estar com os amigos, com as amigas e uma seca ir às aulas. Os livros ficavam em casa e o caderno “geral” ia dobrado no bolso de trás das calças. Sempre A4, quadriculado e preto. Isto a partir do segundo período, porque no primeiro ainda havia um caderno forrado com fotos de surf, modelos nuas ou quase, palavras chave e muita cor. Era sempre um bom cartão de visita para adquirir estatuto. E era sempre uma forma delas meterem conversa “deixa-me ver esse caderno”. A noite ainda era mágica e as 7 da manhã funcionavam como um patamar que, uma vez atingido, garantia porra nenhuma mas de uma importância tal que fazia impressão. Nem que se chegasse a casa às 3 e se passasse 4 horas a jogar tetris. 7 da manhã eram 7 da manhã. Os transportes mais usados eram a pendura de mota, a mota emprestada, o 51 de Alcântara para Algés ou o combóio para Lisboa. À vinda, dependia da hora. Não foi uma nem duas (nem 3 for all that matters) que viemos a pé do Cais do Sodré até Linda a Velha. O tempo não tinha limite e os relógios só serviam para ter ou não mais pinta. Ficava bem, pronto. Os santos populares eram obrigatórios – mas sem bifanas ou sardinhas que o dinheirinho para a imperial tinha que ser esmifrado. Com a confusão, era mais fácil sacar uma cerveja aqui outra ali sem pagar. Era também mais fácil pendurarmo-nos no eléctrico até Algés. Aliás, acho que o eléctrico a determinadas horas nessas noites tinha tanta gente lá dentro como pendurada. O sexo começava a ser um objectivo, uma necessidade, uma obsessão. Era preciso arranjar alguém, uma miúda, uma boazona, uma gaja lá da escola, uma que nos desse troco. A linha – para mim- era uma cara bonita. Sem cara bonita nada feito. Sim, tem umas mamas grandes, mas porra, já olhaste bem para aquela tromba? Alguém ficava com ela encostadinho a uma parede. As escadas dos prédios eram bons locais e ser apanhado a fazer coisas boas era uma sina. Quem é que chega a casa às três e meia da manhã? Ninguém, a não ser aquele velhote que nos apanhou e nos disse depois: se eu soubesse o que estavam a fazer esperava um bocadinho lá fora. Grande. Os 15 anos foram isto tudo e muito mais que o álcool deve ter apagado e as memórias recentes não deixam vir ao de cima. As asneiras foram muitas, a irresponsabilidade, o perigo. Mas como ao menino e ao borracho põe deus a mão por baixo... Vá lá, que tinha a sorte de ser menino.

quarta-feira, maio 03, 2006

Alguém precisa de um director de marketing?


No e-bay, já se encontra à venda, por dez libras (cerca de 15 euros), t-shirts com a seguinte mensagem em inglês «Não consegui apanhar a medalha de Mourinho por isso comprei esta t-shirt».

terça-feira, maio 02, 2006

Forget Paris

Voltei a Paris, 13 anos depois. Tive a mesma sensação: é um povo fechado sobre si mesmo. As ultimas notícias suportam isto, vincando a resistência à mudança, como na defesa absoluta da PAC ou nas manifestações ruidosas contra o CPE.
Nas ruas, nos transportes públicos, nos cafés, vi caras viradas para baixo. Nada de estranhar numa grande cidade, dirão. Mas, como andei sempre com a minha filha, vi um lado diferente. Ela levou sorrisos de italianos, espanhois, americanos, e de outros cuja nacionalidade não consegui identificar. Mas nem um sorriso, um que fosse, de um francês.
Um povo que se recusa a mudar, não tem grande futuro. Mas um povo que não gosta de crianças, não tem futuro algum. O que se passa com os parisienses?

NG