quinta-feira, setembro 22, 2005

Jurisprudência política (1)

Quando Guterres decidiu demitir-se na sequência dos maus resultados do seu partido nas eleições autárquicas, institucionalizou um único alvo de escrutínio eleitoral: o governo. Independentemente da natureza das eleições (parlamento europeu, autárquicas...), a votação servirá para demonstrar o grau de satisfação dos eleitores com a actuação do governo.
Depois de Guterres, Sócrates reclamou um "cartão amarelo" ao governo de Durão Barroso nas eleições europeias (como recordam no Blasfémias), e este enfiou a carapuça, após os maus resultados do PSD. E com a contra-campanha que fez (salvo erro com qualquer coisa como "Quem pede amarelos, pôs o país no vermelho"), só tinha mesmo que a enfiar.
Este desvirtuamento total do real objectivo das eleições, só pode ser revertido pelos partidos. E, neste momento, pelos partidos da oposição. Espero, por isso, que o único sitio onde Marques Mendes profira a frase "mostrar um cartão amarelo", seja no Estádio da Luz.

NG