segunda-feira, março 26, 2007

Foi tempo

Foi tempo em que havia tempo para dizer e responder, provocar e ser provocado.

Valeu muito estar aqui e ter sido parte deste [ai-dia].

Foi para todos e para todos os dias em que apetecia dizer alguma coisa. A relevância sempre foi - saudavelmente - discutível. O bom gosto também. Foi tempo de partilhar.

Segue agora NG na sua Casa Desasombrada. Gabi - que se saiba - não mais blogou.
Quanto a mim, até que falte a tinta, vou continuar com a minha Bic Cistal.

Foi tempo e foi muito bom.

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domingo, março 25, 2007

Então adeus

Há dois anos, o Gaguinho convidou-me a escrever aqui.
E foi giro. Escrevi muita palermice (quase tudo), umas coisas (poucas) giras e até uma ou outra coisa das quais quase me orgulhei.
Mas o tempo não dá para tudo e o [ai-dia] tornou-se quase uma rotina. E antes de o ser mesmo, é melhor bazar.
Vou continuar as lides bloguisticas no Casa Desassombrada.
Até sempre.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

"O Governo de Sócrates não resolveu o défice orçamental e agravou o défice democrático"

A liberdade, em Portugal, é mal compreendida e, também por isso, pouco estimada. Para os portugueses, a liberdade é um saco cheio de direitos – a maioria “adquiridos” -, e onde se inclui o direito de retirar direitos aos outros, e poucos ou nenhuns deveres.
Exemplos são muitos, mas refiro apenas dois:
- O caso das caricaturas de Maomé, onde até um ex-Ministro, com a cobertura do Primeiro-Ministro, condenou as “brincadeiras” com religião;
- O sketch dos Gato Fedorento sobre Marcelo Rebelo Sousa, que levou alguns a “exigirem” o contraditório.

Em suma, o conceito de liberdade em Portugal “depende”. “Depende” daquilo que cada um acha que é aceitável que alguns façam e que outros têm o dever de lhe fazer.

Perante esta relação com a liberdade, é natural que se confunda Democracia com Liberdade. Aliás, a confusão leva a que se fale de Democracia como se fosse um sinónimo de Liberdade. Convém, por isso, recordar que Democracia é apenas um sistema de organização social, onde, simplesmente, se elegem órgãos de poder político, através de votos. E, apesar de ser o melhor sistema que se conseguiu arranjar, continua a ser um sistema muito fraquinho, onde, com maior ou menor dificuldade, os governantes conseguem fazer quase tudo o que querem. Recordo que tudo o que Chavez fez, e se prepara para fazer, tem legitimidade democrática. De uma maneira muito simples, e a regra da Democracia é apenas essa, foi a votos e ganhou. Ponto final.

Dir-me-ão que Portugal não é a Venezuela, e não é de facto. Mas, o que é certo, é que o sistema democrático é potencialmente tão frágil em Portugal como na Venezuela. O equilíbrio de poderes, que passa pela distribuição dos mesmos por 4 orgãos – Governo, Assembleia da República, Tribunais e Presidente da República – reduz-se, actualmente, a apenas 2. Explico: o poder dos Tribunais resume-se à aplicação da legislação vigente, que é emanada pelo Governo e pela Assembleia da República. Nesta altura, o partido do Governo domina a Assembleia da República, e o partido é dominado pelo Governo, logo o Governo domina a legislação, e, consequentemente, os tribunais.
Logo, nesta altura em Portugal, subsistem dois órgãos de soberania efectivos: o Governo e o Presidente da República. Como este último, basicamente, tem como único poder a dissolução do Governo e da Assembleia da República, resta-nos, para a maioria das decisões, uma única fonte de poder.

Esta longa introdução serve apenas para expor que nunca podemos dar a liberdade como garantida, especialmente se entendermos que, para isso, basta vivermos em Democracia.
Não basta, de todo. A Democracia confere poderes ilimitados a quem é eleito, dado que o único limite é a lei, que, quem é eleito nas condições da actual maioria, pode alterar ao seu belo prazer. Daí que a Democracia só funciona se quem for eleito seja, não apenas um democrata, mas alguém que defenda convictamente a liberdade. Se assim não for, a Democracia entra em défice.

O que Sócrates tem feito até agora como Primeiro-Ministro, na sua essência e também de algum modo na forma, é semelhante ao método Chavez. Ambos são burocratas, no sentido em que aplicam estritamente as regras do jogo. Contestações ao novo aeroporto? “O Governo tem toda a legitimidade para avançar”. Críticas ao modelo da Segurança Social? “Ninguém quer que a Segurança Social deixe de ser pública e o Governo tem toda a legitimidade de avançar”. Os bancos arredondam taxas de juro? “Seja legal ou não, o Governo tem toda a legitimidade para acabar com isso”.
Juntando este espírito burocrata a uma total indiferença pelo valor absoluto da liberdade – patente no avanço apressado para o Cartão Único, no aumento da desproporção de forças entre o fisco e os contribuintes, etc, etc – e os tempos de antena de Sócrates, tipicamente Chavez, onde o líder iluminado discursa para uma multidão que o recebe em apoteose, temos o principio de um grave problema.

Sócrates não será, e tenho 99% de certeza disso, o Chavez português. Mas está a “abrir-lhe” as portas.

Recuperando o “teaser”, o governo de Sócrates não resolveu o défice orçamental e agravou o défice democrático. Dois factos que nos devem fazer pensar.

NG

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Post para 2007: Teaser

"O Governo de Sócrates não resolveu o défice orçamental e agravou o défice democrático"
O debate, a polémica, o encarar de frente dos temas polémicos, a ligeireza na abordagem de assuntos, o mau gosto, enfim, o costume: só no Vosso [ai-dia].
NG

domingo, dezembro 24, 2006

Mensagem da Direcção

A Direcção do [ai-dia] deseja a todos os seus leitores, visados, ofendidos e vilipendiados, um Feliz e Santo Natal.



Para a semana cá estaremos para continuar o achincalho. Muito docinho e muita prendinha é o que a malta vos deseja.


p'la Direcção
Gaguinho

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Se Pudesse, eu gostava

Pode o Sr. Jack Bower passar por casa do Eduardo Cintra Torres e dar-lhe uma carga de porrada a ver se o gajo se deixa de conversas e da merda de discurso do Código Deontológico dos Jornalistas para ver se de uma vez por todas ele diz alguma coisa que interesse? É que isto de ser bufo sem bufar, acusador sem acusar e estrela sem brilho nenhum já não tem piada. É muito bonito levantar a voz e não dizer nada só porque se tem uma megafone na mão.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

[ai-dia]

"3 mil pessoas foram assassinadas por membros da Direção de Inteligência Nacional (DINA) e de outros organismos das Forças Armadas, entre os que se destacam Victor Jara e José Johá. Muitas dessas pessoas permenecem como detidos desaparecidos na actualidade. Além disso, 35 mil pessoas foram torturadas sistematicamente, mais de 300 mil pessoas foram detidas por organismos do governo e outros tiveram que se exilar em diversos países do mundo, alguns dos quais foram brutalmente assassinados em atentados explosivos no estrangeiro, como Carlos Prats e Orlando Letelier."

Ainda assim, este merdas teve 60.000 pessoas no seu funeral.
Alguém é capaz de me explicar isto?

domingo, dezembro 03, 2006

Man Utd - Benfica

Ainda incrédulo por termos dado dois em Alvalade (e eu nem vi o jogo), decidi retomar a velha tradição (com cerca de 8 meses) de antecipar jogos europeus do Glorioso.
Este é muito fácil de antever, porque quero o Santos, quer o Fergusson, jogam sempre da mesma maneira.
O primeiro aposta no losango, provavelmente porque lhe passaram anos a chamar quadrado (ok, a piada é péssima, mas vocês já sabem que o Santos puxa o pior que há em mim). O segundo, como já tem um certa idade, faz tudo o que o Queiroz lhe diz para fazer, e há aqueles (ou melhor, aquele, ou melhor o Gabi Al Vez) que dizem (ou melhor, diz) que o Queiroz é um "senhor do futebol mundial" (isto mesmo com aspas e itálico custa muito escrever, mas enfim), e vai daí o Man Utd joga num 4-3-3 quando quer marcar um golo, e num 4-5-1 quando já não quer marcar um golo.
Quer então isto dizer que o Man Utd é equipa para entrar na quarta-feira a querer marcar um golo, e vai daí vai deixar o Rooney, o Saha e o Ronaldo à solta, e o Neville a correr pela direita. Vai daí, era bom oh Santos (tás-me a ouvir?) meter o Simão encostado à esquerda, até porque o gajo gosta. Vai daí, também, oh Santos (tás-me a ouvir, oh não?) era bom voltar a meter o Nuno Gomes no meio, assim mais pó recuado, e o Miccoli um bocadinho mais à frente (na direita não vale a pena, que o argentino não o deixa tocar na chincha). Cá atrás o Petit e o grego a tentar dar porrada nos três putos dos gajos, e o Luisão e o Rocha a gritar "olhá bola, Quim!", o jogo todo.
Sobram o Nelson, que não vai conseguir subir, e mesmo assim vai levar mais nós do que tem no cabelo, o Leo, que vai subir bem, e tem que ter o Rocha atrás, porque o Ronaldo passa o Léo com meia-passada, e o Assis que vai andar por lá, que é a sua função em todos os jogos. Minto: andar por lá e dar, pelo menos, 4 toques com o calcanhar, um com sucesso, mas no nosso meio-campo.
E temos o azar de agora os gajos terem ido buscar o sérvio para central, dava-nos muito mais jeito o Silvestre (um espécie de Bruno Alves com 50 anos) ou, melhor ainda, o Brown (uma espécie de Bruno Alves com 70 anos), mas paciência.
Pode ser que a gente consiga meter uma batata, sabe-se lá, há dias de sorte, apesar da gente tar a abusar um bocadinho (o Rocha marcou em dois jogos seguidos, o que é um abuso do catano).
Mas se agente marcar, depois o Fergusson começa a mascar a pastilha com mais força e olha para o Queiroz, e o Queiroz tá sempre de fato de treino, o que se calhar explica muita coisa, e os gajos enervam-se e tal, e talvez até, em desespero de causa, o Queiroz insista com o velho para tirar o Ronaldo e meter o Fletcher, e aí, sim aí, o jogo ficará equilibrado e pode ser que a gente se safe.
0-1 era giro, pá.
NG

segunda-feira, novembro 20, 2006

Oh Santos, não me irrites pá!

segunda-feira, novembro 13, 2006

Happy Birthday Mr. President

NG, és o maior. Parabéns Sr. Presidente.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Citações

O mesmo homem que diz "não consigo dar atchins" e "'tou com hics", disse-me ontem ao telefone: "Hi!Caraças, não sei do cágado.Tenho que desligar que o gajo deve ter ido a correr para a varanda".
Grande.

sábado, novembro 04, 2006

Cá te esperamos

Apareceste. Sem surpresa, no tempo antecipado.
Por razões que não se querem dar a explicar, mostraste-te hesitante. E deste sinais disso. Aguentaste o tempo que aguentaste, até teres decidido voltar a ser uma nuvem, de puro branco, movendo-se tranquila e docemente sob um céu de sonhos.
Uma nuvem não se apressa. E nós ficámos a saber que és tu que decides o teu tempo. Assim seja.
Cá te esperamos.
NG

sexta-feira, outubro 27, 2006

Isto vai

Não sou o único que está farto
Não sou o único cansado
Não sou o único que acha que já chega
E ainda bem que para além de mim e dos muitos que estamos fartos, cansados e que acham que já chega, há alguém com a mesma opinião mas que pode efectivamente fazer a diferença.
Ide ler, ide.

quinta-feira, outubro 26, 2006

O Maior Português foi António Augusto




Não resisto a deixar aqui parte do que retive sobre o programa Os Grandes Portugueses que agora terminou.
Da parte em que se começa a falar de Aristides de Sousa Mendes – em quem eu votei (sim, é verdade, votei) – e de quando o Prof. Hermano Saraiva contrapôs o Dr. Fernando Nobre dizendo que o diplomata, a ser verdade o facto de ter morrido na pobreza, teria sido por opção própria, uma vez que teria recebido o seu vencimento até ao dia da sua morte. A verdade é que, tal como o tinha feito em Paris e depois já em território nacional, contribuiu para a possibilidade de exílio de dezenas de milhares de judeus a expensas próprias, sacrificando tudo o que tinha.
O que é também verdade, é que o Prof. Velha Carcaça molhada em Whisky não concebe – de tanto Estado Novo gravado a ferro na sua cabeça encharcada em copos pequenos de importação escocesa – perdoar quem tenha ofendido e desrespeitado sua eminência, Sr. Prof. de Santa Comba.
E eis que chega finalmente a questão: o Sr. Professor António de Oliveira Salazar. Na lista, fora dela, sugestão imposta, grande português, pequeno português e eu sei lá que mais.
(Devo confessar que consigo ter um profundo gozo (ali um bocadinho antes do orgasmo) quando os defensores Antigo regime levam na tromba. E foi o caso.
Já o Prof. andava no chão agarrado à cadeira para não deixar cair o homem quase 35 anos depois de ter caído.)
Acho que só Mário Bettencourt Resendes – meu mui ilustre professor que bastante respeito e admiro – se manteve quieto. Se bem que era capaz de jurar que um pequeno sorriso queria sair, tímido, é certo, mas que queria sair era capaz de jurar.

Relembro ainda o RAP quando assinala de forma brilhante este facto que é Salazar estar a ser escrutinado pos mortem quando em vida sempre se recusou a fazê-lo e mandou prender e abater quem pensava diferente.

Aproveito, por fim, para relembrar António Augusto, esse sim, o Maior Português de Sempre. Pastor de Trás os Montes, residente na recôndita aldeia de Ai-Meu-Deus pelos idos anos de 1890 e que com os 2 metros e 12 era capaz de olhar pelo rebanho de mais de 700 cabeças de gado sem sair da soleira da porta. António Augusto, estou certo, foi o Maior Português de Sempre.

terça-feira, outubro 24, 2006

Desculpem lá, que eu já não me lembro:

pode-se escrever "foda-se" aqui ou não?

"Lucílio, mais uma vez"

NG