quinta-feira, outubro 26, 2006

O Maior Português foi António Augusto




Não resisto a deixar aqui parte do que retive sobre o programa Os Grandes Portugueses que agora terminou.
Da parte em que se começa a falar de Aristides de Sousa Mendes – em quem eu votei (sim, é verdade, votei) – e de quando o Prof. Hermano Saraiva contrapôs o Dr. Fernando Nobre dizendo que o diplomata, a ser verdade o facto de ter morrido na pobreza, teria sido por opção própria, uma vez que teria recebido o seu vencimento até ao dia da sua morte. A verdade é que, tal como o tinha feito em Paris e depois já em território nacional, contribuiu para a possibilidade de exílio de dezenas de milhares de judeus a expensas próprias, sacrificando tudo o que tinha.
O que é também verdade, é que o Prof. Velha Carcaça molhada em Whisky não concebe – de tanto Estado Novo gravado a ferro na sua cabeça encharcada em copos pequenos de importação escocesa – perdoar quem tenha ofendido e desrespeitado sua eminência, Sr. Prof. de Santa Comba.
E eis que chega finalmente a questão: o Sr. Professor António de Oliveira Salazar. Na lista, fora dela, sugestão imposta, grande português, pequeno português e eu sei lá que mais.
(Devo confessar que consigo ter um profundo gozo (ali um bocadinho antes do orgasmo) quando os defensores Antigo regime levam na tromba. E foi o caso.
Já o Prof. andava no chão agarrado à cadeira para não deixar cair o homem quase 35 anos depois de ter caído.)
Acho que só Mário Bettencourt Resendes – meu mui ilustre professor que bastante respeito e admiro – se manteve quieto. Se bem que era capaz de jurar que um pequeno sorriso queria sair, tímido, é certo, mas que queria sair era capaz de jurar.

Relembro ainda o RAP quando assinala de forma brilhante este facto que é Salazar estar a ser escrutinado pos mortem quando em vida sempre se recusou a fazê-lo e mandou prender e abater quem pensava diferente.

Aproveito, por fim, para relembrar António Augusto, esse sim, o Maior Português de Sempre. Pastor de Trás os Montes, residente na recôndita aldeia de Ai-Meu-Deus pelos idos anos de 1890 e que com os 2 metros e 12 era capaz de olhar pelo rebanho de mais de 700 cabeças de gado sem sair da soleira da porta. António Augusto, estou certo, foi o Maior Português de Sempre.