quarta-feira, abril 05, 2006

A banca e os impostos

O naked sniper, num comentário ao post A banca social, referiu que a "questão" da banca passa mais pelos seus benefícios fiscais, do que pelos seus lucros.

Para as empresas, os impostos são um custo como outro qualquer, no sentido em que diminuem o valor dos seus resultados líquidos e, consequentemente, o valor dos dividendos. Nesse sentido, os gestores das empresas têm a obrigação, digo bem, obrigação, de procurarem as formas legais que lhe permitam pagar o menor valor de impostos possível, maximizando os seus lucros distribuíveis. Por outro lado, não são só os bancos que obtêm regimes fiscais mais favoráveis. O próprio primeiro-ministro já reconheceu, que todos os grandes investimentos anunciados recentemente foram sujeitos a negociação com o Estado. Isto revela, de forma clara, que (também) em termos fiscais, Portugal não é competitivo. Daí que o problema não esteja no nível supostamente baixo pago pela banca, mas sim no nível elevado pago pela generalidade das empresas. A banca faz bem o seu trabalho, potenciando os lucros a distribuir pelos seus accionistas. Já o Estado faz mal o seu, inibindo o investimento, o crescimento económico e a criação de emprego.

NG