quarta-feira, julho 05, 2006

Portugal no Mundial - Notas

Scolari: 18 por nos ter levado às meias-finais; -3 por ter falhado a final; nota final: 15.
Ricardo: 19. Não só pelos penalties, mas por ter sido sempre seguro, inclusive nos cruzamentos. Esperemos que no Sporting volte ao normal.
Miguel: 17. Um dos melhores laterais do torneio, impecável a defender, lesto a atacar. Pena é que ainda não tenha aprendido a cruzar.
Meira: 17. Começo algo titubeante durante a fase inicial. Depois disso, quase perfeito.
Ricardo Carvalho: 19. Com Fabio Cannavaro, o melhor central do mundo. Ponto final, parágrafo.
Nuno Valente: 14. Já não tem pernas para atacar nem para defender adversários muito rápidos. Mas a sua experiência dá para disfarçar essas limitações.
Costinha: 8. Nota negativa, não apenas pelo erro infantil frente à Holanda, mas por não ter correspondido em nenhum jogo. Sem fôlego para a sua posição natural, por falta de ritmo de jogo ou de juventude, mostrou-se desenquadrado.
Petit: 12. Mostrou todas as suas qualidades - voluntarismo, esforço, garra - e os seus defeitos - falta de sentido posicional, pouca técnica. Mas sempre útil.
Maniche: 19. O jogador mais regular em todo o torneio, recuperando bolas, distribuindo jogo, rematando, marcando golos. Uma aposta claramente ganha por Scolari, naquele que merece consagração como um dos melhores médios do torneio.
Deco: 11. Apenas leva nota positiva por ter marcado um grande golo. De resto, tal como o seu companheiro do Barcelona, falhou. E falhou principalmente no jogo em que ele deveria desiquilibrar: o desta noite. Não procurou a bola, não forçou o drible, passou ao lado do torneio.
Figo: 15. Um exemplo de dedicação e esforço. Já não tem pernas para extremo, apesar de se ter apresentado em muito melhor forma fisica do que no Euro 2004. Pena aquele falhanço contra a França que provavelmente nos levaria à final. Ele, mais do que qualquer outro, merecia-a.
Ronaldo: 16. Pressionado por todos os lados - público, imprensa (desportiva e cor-de-rosa), árbitros - deu a volta por cima, e mostrou uma maturidade, ou melhor, classe, invulgar num jogador da sua idade. No seu melhor jogo, com a França, Scolari cometeu o crime de o esconder como ponta-de-lança. Foi pena. Mas mostrou todas as suas invulgares qualidades. Amigos ingleses: se Rooney é Pélé, Ronaldo será o quê, Deus?
Pauleta: 3. O 3 deve-se ao golo com Angola. Pauleta é um jogador que pura e simplesmente não tem qualidade para jogar contra equipas deste nível. Esconde-se, não procura a bola, não salta com os defesas, nada. Não é um dado novo, basta recordar o seu idêntico desempenho durante o Euro 2004. Continuará a ser útil naqueles jogos que antigamente Portugal muito difilcilmente ganhava (Malta e equipas similares). Mas competições destas são areia demasiada para a camioneta do Pauleta.
Simão: 14. Entrou sempre muito bem e marcou penalties com a serenidade de um grande jogador. Já deve estar vendido por umas boas massas. Só por isso, leva mais um valor e passa a 15.
Hugo Viana: 12. Poucos minutos mas de muita qualidade. Certeza de passe, remate fácil, por mim pode vir para o Glorioso.
Tiago: 9. Depois da época em Lyon, esperava o dobro dele. Ficou-se pelos serviços mínimos, talvez por falta de condição fisica ou de confiança. Sem Deco, precisávamos de um Tiago ao seu nível. Não o tivemos.
Hélder Postiga: 3. O 3 deve-se ao penaltie contra a Inglaterra, marcado com classe (ou irresponsabilidade, mas o efeito é o mesmo). É um claro erro de casting, não só para esta competição, mas para o futebol. Como ponta-de-lança, e mais do que inútil: atrapalha, destroi o jogo da nossa equipa e a nossa paciência.
Paulo Ferreira e Boa Morte: não deu para aquecer.
Nuno Gomes: 16 (potencial). Aqueles minutinhos com o México foram suficientes para mostrar o que poderia ser a equipa portuguesa com um avançado que sabe receber uma bola, guardá-la, distribui-la, enquanto faz os centrais mexer-se. Com ele, Portugal poderia ter jogado em 4-3-3. Sem ele, jogámos sempre em 4-5-1. Ser 3ª hipótese, ainda atrás de Postiga, é humilhante. Mais vale fazerem como fizeram ao Baia e nem sequer o convocar.

NG