A Caminho do Título (IV)

Pouco antes do jogo, a minha mulher alerta-me para o silêncio da rua. Não há pessoas, não há carros a passar, estão todos frente a um écran torcendo por uma vitória. A paixão do futebol tem dois lados e torna verdadeiro o ditado "inimigo do meu inimigo meu amigo é", pelo que muita energia negativa será canalizada para os nossos, hoje em Penafiel.
A primeira parte parece confirmar o filme do costume: Benfica ao ataque, adversário na retranca, zero golos. Trap mata a tradição, avançando com Mantorras logo no principio da segunda parte. Superstição à parte, a coisa não resulta. Como que dando continuidade à mudança política em Portugal, Clayton e N´Doye colocam os seus pés esquerdos ao serviço de quatro milhões de portugueses. Até ao fim do jogo, os jogadores lampiões parecem ter canalizado toda a sua energia para outros dias. Assim seja. Sem pensar nos jogos dos outros, as contas não estão muito mais difíceis, basta um pequeno acerto: é preciso ganhar dois jogos, o primeiro deles por dois golos. No próximo sábado, lá estarei na Luz para saltar pelo menos duas vez. Até para a semana.

NG