sexta-feira, julho 21, 2006

Rei

Somos complicados, nós, os humanos. Mais complicados ainda somos nós, os adultos. Buscamos prazer em tudo, com tudo, e tudo buscamos, sejam coisas com fios e cores ou capas bonitas com sons novos ou carcaças aerodinâmicas com rodas largas ou pedaços de areia com árvores espetadas ou cargos com nome sonante ou projectos inovadores e motivantes ou pedaços de pano impregnados de euros ou circulos à volta de ponteiros platinados ou refeições com o preço maior do que as doses ou fins-de-semana de charme ou multiplas outras coisas que diariamente nos entram pelos sonhos a dentro. Sonhos que resumimos a sacos de compras. Queremos ser Reis no Reino da Futilidade.
Sentado no segundo degrau da minha escada, deixando arder um cigarro, ouvi uns passos de pés pequenos atrás de mim e senti dois bracinhos a envolver-me a cabeça e a apertá-la. Como uma coroa.
Senti-me um Rei.
E como Rei, caguei, e caguei de alto, para as coisas com fios e cores e para as capas bonitas com sons novos e para essa inutilidade toda.
O meu Reino, o Reino do qual sou Rei, é este. Nele tenho a minha Rainha e a minha Princesa. E neste Reino, mesmo sem fadas, viverei feliz para sempre.
NG

3 Comments:

Blogger RMB said...

u're the king.
deve ser da idade isso de escrever cada vez melhor.
almocinho para a semana?

6:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

fizeste-me chorar. por ter perdido a minha Princesa... por ter de adiar o meu enorme desejo de ser rainha de um reino assim. Parabéns pelo post, parabéns pelo vosso conto de fadas

11:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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