Estou cansado comó catano

A minha mulher está a acabar uma due dilingence (ou uma merda qualquer dessas de advocacia, que ela, coitadinha, como advogada, tem que fazer). Vai daí entrou em acção o super-pai (eu, para os leitores mais distraídos): Fui buscar a miuda a casa dos avós, trouxe-a pra casa, fiz-lhe uns vapores, atendi uma chamada de trabalho de um cabrão que deveria ir arranjar uma vidinha, dei-lhe banho, vesti-lhe o pijama, tentei emborcar-lhe a sopa sem sucesso, optei por driblá-la com o arroz com carne, meti meia dúzia de colheres de sopa à mistura, ela não quis mais e vai de avançar com a pêra, ela comeu metade, tudo bem, lavei-lhe a boca e deitei-a. Logo depois disto, fiz a mala, porque nessa noite ainda ia para o Porto para ter uma apresentação logo às 9 da manhã do dia seguinte, esperei mais um coche pela minha advogada, jantei com ela, abalei para o Porto prá aí às 10, 20, cheguei lá à uma, tive uma insónia como sempre em hóteis, vi um filme do James Bond, adormecei lá prás 3, acordei às 7,30, tratei da apresentação, bazei pra Lisboa, ainda fui bulir mais um bocado e no final da tarde soube que... a minha mulher ainda anda agarrada a tal da cena que ela tá a fazer. Então volta a entrar em acção o Super-pai, buscar a miuda e o banho e vapores e pijama e papa e deitá-la. Como consolação, não tenho que ir para o Porto outra vez. Mas estou cansado comó catano.

NG